21/03/2013

CRISE - Rodovias e Portos do Brasil preocupam produtores

Vegonhosamente a falta de investimentos em infraestrutura prejudica a exportação de soja e a Agricultura do  Brasil fica em alerta
China cancela compra de soja do Brasil por causa do atraso na entrega
O Brasil vai colher este ano uma safra de mais de 80 milhões de toneladas de soja. Mas faltam estrutura e planejamento para escoar a produção. No Porto de Santos, no litoral paulista, as filas para embarcar o grão chegaram, nesta semana, a quase 30 quilômetros, e tem comprador cancelando encomenda. É um funil. Por ele passam, ou tentam passar, caminhões de várias partes do país. “A gente chegava aí, escoava rapidão, agora está ficando difícil a situação”, diz o caminhoneiro José Rosa. A safra de soja veio e é recorde: 83 milhões de toneladas. O congestionamento anda na mesma linha. Não é feriado, nem fim de semana. Também não é um estacionamento de caminhões. É uma rodovia. Os motores estavam todos desligados. A 30 quilômetros da entrada do Porto de Santos, a expectativa dos motoristas era triste. Eles vão passar dias e noites para conseguir descarregar.
O trajeto de cerca de dois mil quilômetros, do Centro-Oeste até o litoral paulista, que antes demorava dois dias e meio, agora leva, no mínimo, quatro. O administrador de Santos diz que o problema está do porto para fora. “O porto não está acima da capacidade. O que está havendo é uma carência muito grande na acessibilidade ao porto”, explica Renato Ferreira Barco, presidente da Codesp. Já a Associação Brasileira dos Terminais Portuários diz que o problema é geral. Segundo ela, além da falta de infraestrutura, ninguém faz planejamento para escoar a safra. Sem armazéns para guardar a produção, a carga segue para o porto e fica dias entre a estrada e o terminal até o navio ancorar. O preço do frete já subiu. Na safra passada, custou R$ 195 por tonelada de Sorriso, no Centro-Oeste, a Santos. Agora está em R$ 320. "O comprador que queria pegar a primeira soja brasileira pagou por isso. Não está conseguindo embarcar, está optando por outro caminho, procurando outra soja para comprar”, diz Carlos Fávaro, da Associação dos Produtores de Soja. Principal importador de soja do Brasil, a China cancelou a compra de um carregamento de 600 mil toneladas por causa do atraso. “Para resolver o problema, efetivamente, o país precisa implantar muita infraestrutura logística. Ferrovias, integração entre ferrovias, rodovias e hidrovias, e acessos a mais portos”, aponta Manoel dos Reis, do centro de estudos logísticos da FGV de São Paulo. A Secretaria de Portos declarou que tem realizado ações para reduzir o tempo de permanência das cargas nos portos, e que a Medida Provisória 595, em discussão no Congresso, prevê uma ampla abertura aos investimentos privados nos terminais. A secretaria ressaltou que concluiu recentemente o Plano Nacional de Logística Portuária com as necessidades do setor até 2030

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